segunda-feira, 20 de abril de 2009

incursões

1. Dizem por aí que Freud descobriu a irracionalidade de homem comum. Não interessa se essa colocação é falsa ou não, não me importa se foi isso mesmo que ele quis dizer ou não. A irracionalidade da vida cotidiana é um ponto de partida interessante para as nossas reflexões essa noite. Afinal, sob o peso de todas as mazelas do mundo, das desgraças monumentais do finado século XX, e dos prenúncios sombrios de nossos tempos, quem conseguiria ver qualquer sentido em "bailar na superfície estética do mundo" numa vida consumista vazia de sentido e de afetos reais e significativos? Pergunte ao Dr. Freud se é racional encher o cu de cocaína e trabalhar por horas e horas em longos estudos que serão queimados mais tarde. É claro que não. Precisa a vida humana ser racional? A racionalidade da vida humana é praticamente uma impossibilidade. É claro, pode-se adotar um estilo de vida racional, regular os próprios atos afim de evitar o sofrimento ou obter algum tipo de prazer e satisfação. E é tudo. A vida pode ser racional em seus meios, mas jamais em suas finalidades.

3 comentários:

Juliana Walczuk disse...

E é nessas horas que eu sinto que palavras são palavras porque as chamamos assim e que não vão além se as vemos como palavras.

Até que ponto o irracional pode ser negativo e o racional positivo?
Até que ponto uma pessoa pode doar-se a algo que ela mesma sabe que terá fim?
E até que ponto a maior parte vai se manter em suas cúpulas individuais que impedem o contato com tudo e todos?

É, perguntas da dita conteporaneidade sempre em progresso...

Juliana Walczuk disse...

Queria saber o que dizia no comentário digno que fizera, conte-me depois.

Anônimo disse...

As críticas que vc faz são sempre bem interessantes.Mas mesmo depois de tanta especulação, o ideal é aprendermos a conviver da melhor e mais agradável maneira nesse labirinto de diversidades que é o mundo.O que vc tem de concreto são as pessoas ao seu redor.A melhor maneira de impor valores é dando o exemplo. A natureza do exemplo é vc que escolhe.

Um abraço anônimo.