segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mas tudo isso não passa de um truísmo neo platônico, afinal... as únicas coisas reais que existem são essa areia quente e esse sol.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A monarquia não sobrevive à um estômago vazio, e nenhuma revolução pode se manter depois de alguns bons banquetes.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

As frases de efeito, como tudo mais nesse mundo, possuem uma fórmula própria. Qualquer imbecil pode criá-las à vontade, e as maiores sandices podem parecer, aos tolos, verdades excelsas. Uma boa piada pode ser feita dizendo-se asneiras como se fossem pensamentos célebres. Eis alguns (próprios e colhidos por aí, pois os há à farta):

"Um homem sem conhecimento é como um selvagem da mata"
" Bah, fatos... pode-se provar qualquer coisa com eles!"
"Ama ao teu próximo como a ti mesmo"
"Você tentou e falhou miseravelmente. Moral da história: da próxima vez não tente"
"É preciso dizer a verdade apenas a quem não pode compreendê-la"

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

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Today my aunt told about an amusing artist called Silbert Chaudanne. He is (my aunt believes that he still living today, though she's not sure about it) an french-born painter who mooved, at some point of his life, to Vitória. My aunt knew him in the university (she's an artist too). He were recognized by his bohemian life (it seens that he were alcohool adicted) and by his peculiar smell.
My aunt bought, many years ago and for a cheap price, an madonna performed by him in the early 90's. This paint still today in her house, and always caused an strong inpression on me, since I was a little child. Today I spent a long time looking that paint, after we talked about it. According to my aunt, Mr. Chaudanne painted a long series of maddonas by that time. He were deeply envolved in some kind of aesthetical and spiritual search for the holly grail while painting, and all these things happened quite before of the Da Vinci's Code.

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Para os íntimos:

Também Olavo de Carvalho deveria ser expulso dos certames e açoitado.

Muita instrução não ensina a ter inteligência; pois teria ensinado FHC e outros.

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Outro dia eu passava no cais à noite. Um pescador que chegava me olhou com seus olhos turvos pela catarata e me disse o seguinte:

"Aquele que troca o caminho por um atalho,
No cú merece um bom caralho."

E é assim que um pescador é capaz de explicar as bolhas financeiras, acrescentando uma medida punitiva, e tudo em verso.

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A linguagem é um bordel sujo, onde as coisas se escondem atrás de panos velhos, o chão tem buracos e a atmosfera é cheia de fumaça. Nesse lugar estranho o Eu é um dos quartos mais mocados, escondido atrás de escadas e corredores apertados. Quando alguém por exemplo diz: "minha perna tá arranhada" ou "tô com um troço na pele", é um uso da linguagem totalmente diferente de quando se diz "estou doente." A última frase exprime algo do tipo "sou eu mesmo, não minha perna, não minha pele, nada externo à mim, nada que pode ser usado como objeto da frase, que está doente." As pessoas dizem "estou doente" quando estão com a garganta inflamada, ou com uma dor de cabeça muito forte, ou gripadas, mas não dizem isso se estiverem com um corte infeccionado. Pelo visto, em português, o Eu se refere às entranhas do sujeito, da cintura pra cima.

domingo, 11 de janeiro de 2009

A festa nunca acaba.
As pessoas na praia continuam se debatendo entre os sargaços, os peixes mortos, a música de churrascaria. O sol queima soberano, inclemente.


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É uma favela bem fodida, e que tem um cheiro acre por causa da rocha calcária onde foi erguida.
Éum cheiro acre e adocicado. Não sei se você vai chegar a sentir isso na vida, mas é estranho, o chão tem um cheiro que vai impregnando as pessoas aos poucos. É uma gente marcada.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Sinto-me soberbamente feliz com as beberragens de fim de ano. Gostaria de desejar à todos os seres humanos mais um período trezentos e sessenta e cinco dias de fúria. Que nós saibamos render o Eão, fazê-lo tombar sob o império da nossa vontade. Que o caos cotidiano seja a mais bela arena para o brilho do espírito humano, e etcéteras variadas. Chega de frases de efeito ocas por 2008. As cortinas se abrirão uma vez mais para quem não se afogar nas sete ondinhas, não sufocar com os caroços de uva, não enfartar com os acepipes de fim de ano. No mais é isso. Celebremos a herança dos antigos cultos africanos, nos vestindo de branco e indo para a praia.