terça-feira, 9 de setembro de 2008

ainda estamos nas preliminares.

Como em todas as coisas, a arte e o pensamento (a arte do pensamento e o pensamento da arte) fluem melhor quando não são levados à sério . Não me refiro ao aprendizado ou ao exercício constantes necessários para alcançar níveis altos em ambos. Me refiro à prática espontânea e não-planejada. Esta pode se dar em situações mais ou menos sisudas, leves, rigorosas e propícias. E justamente, quando não se espera nada (no episódio específico) de si mesmo e nem da prática, é que ocorrem os grandes saltos, os fenômenos incríveis. São nesses ensaios informais do espírito que aparecem os cumes da capacidade e da audácia de algum.
Por isso a escrita é tão prejudicada em relação as conversas informais. A única escrita que vale à pena é aquela que é um registro (e mesmo assim pálida em comparação com o original) de uma intuição espontânea e desregrada.
A diferença entre um escritor bom e um ruim é que o primeiro escreveu tanto que perdeu o respeito pela escrita. O segundo a respeita tanto que perdeu todo o tesão e o interesse pela coisa, e na hora em que finalmente é incumbido de escrever alguma coisa, não agüenta tanta pressão: brocha.
A partir de hoje, em intervalos regulares e doses homeopáticas, intuições quentinhas.

Nenhum comentário: